sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Clarice... eu amo!



"Eu sou sim. Eu sou não.
Aguardo com paciência a harmonia
dos contrários.
Serei um eu, o que significa também vós."


"E SE ME ACHAR ESQUISITA, RESPEITE TAMBEM. ATE EU FUI OBRIGADA A ME RESPEITAR".

"Eu não tenho enredo. SOU INOPINADAMENTE FRAGMENTÁRIA. Sou aos poucos. MINHA HISTÓRIA É VIVER. E eu só sei viver as coisas quando já as vivi. Não sei viver, só sei lembrar-me."

"...a única verdade é que vivo. Sinceramente eu vivo.
Quem sou? Bem, isso já é demais.
É curioso como não sei dizer quem sou.
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento
em que tento falar não só não exprimo o que sinto
como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

" Não se preocupe em entender.
 Viver ultrapassa todo entendimento.
  Renda-se, como eu me rendi.
   Mergulhe no que você não conhece
    como eu mergulhei.
     Eu sou uma pergunta."

“ Eu sou antes, eu sou sempre, eu sou nunca."

"Nada existe de mais dificil do que entregar-se ao instante.Esta dificuldade é dor humana...É nossa!Eu me entrego em palavras."

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita,
outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo".

"E como nasci? Por um quase. Podia ser outra. Podia ser um homem. Felizmente nasci mulher.
E vaidosa. Prefiro que saia um bom retrato meu no jornal do que os elogios."

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca".

"O pecado me atrai, o proibido me fascina"

"Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação:
quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

“Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu !
E como hoje busco com sofreguidão o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que
não ouso mais falar em caminho...
.....Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores,
O atalho onde eu seja finalmente eu, isso eu não encontrei."

"...o resto era o modo como pouco a pouco eu havia me transformado na pessoa que tem o meu nome. E acabei sendo o meu nome."

(Clarice Lispector)

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