quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


Longe da comédia romântica, “Closer” traz-nos a tragédia do amor, numa rede apertada de ciúme, desejo e traição.
Dan (Law), um escritor falhado que escreve obituários, cruza-se com Alice (Portman), recém-chegada dos Estados Unidos, no meio de uma rua de Londres. Amor à primeira vista. Mas, como diz o subtítulo, se acreditamos nesse amor instantâneo, nunca iremos parar de olhar. E é isso que acontece. Passado uns meses, Dan conhece Anna (Roberts) numa sessão fotográfica e esse é o início de um trágico desmoronar de valores.
À semelhança do encontro de Dan e Alice, o de Anna e Larry (Owen), motivado por uma confusão de identidades através de um chat de Internet, é também ele metafórico, no que respeita à ignorância e ao engano de que serão alvo, pelos outros e também pelos seus próprios sentimentos.
A verdade é constantemente evocada, e aparece muitas vezes misturada com uma crua honestidade, sem compaixão. Mas nenhum deles é sincero, a não ser na sua infidelidade. Anna procura a verdade, mas adia-a repetidamente (aliás, a inércia do personagem será talvez o ponto mais fraco desta história). Larry joga com os sentimentos dos outros para conseguir o que pretende: Anna. Dan exige a verdade, mas mostra-se ressentido quando a encontra. Alice, habituada à ilusão na sua profissão de stripper, parece ser a única que assume e luta pelo seu compromisso, fiel ao amor que sente.
Como a maioria dos filmes interessantes sobre sexo, a adaptação da peça de Patrick Marber, é sobretudo conversa. Um poderoso diálogo, expressivo em termos sexuais e tão vivo que nos pode esgotar. Mas de uma força dramática que pode bem abster-se de recorrer à montagem fácil de um jogo de lençóis. O sexo verbal que domina o filme é vigoroso, compulsivo, por vezes doloroso e ocasionalmente divertido.
Nichols fecha os planos nas caras dos actores, para que vejamos a dor e o sofrimento de perto. Evidencia o desequilíbrio com cortes cronológicos na narrativa (de meses e até anos), que nos são indicados apenas no diálogo. Com efeito, muita da acção decorre fora do ecrã, nesses espaços de tempo. Vemos as causas e as consequências apenas. Como fotografias coladas.
Por isso os personagens aparecem algo abstractos, sem família, amigos, passado ou futuro. Fica a sensação de que todos vivem num constante tumulto emocional e que só existem em relação a cada um dos outros. Apesar disso, o trabalho de representação é bastante consistente. Mas se tivesse de salientar alguém, seria Owen, talvez por ter o personagem mais denso.
“Closer” fala sobre pele: afinal de contas, existe uma stripper e um dermatologista (Larry). A pele como elemento de contacto com os outros, a pele como protecção e como barreira. Mas uma das cenas mais fortes do filme, que se desenrola no local de trabalho de Alice, é mais memorável pela nudez emocional de Larry do que pela nudez física de Alice. Quanto à pele do espectador, essa fica a cargo da voz de Damien Rice, no belíssimo tema The Blower’s Daughter.
Ao contrário das histórias românticas habituais, “Closer” tem a virtude da imprevisibilidade. Como a vida, como o amor. Nem um nem outro isentos de dificuldades, de dores, de culpa. Quanto mais perto chegamos de alguém, maior a probabilidade de nos magoarmos. Mas valeria a pena viver as coisas de outro modo?


DAMIEN RICE


The Blower's Daughter


And so it is

Just like you said it would be

Life goes easy on me

Most of the time

And so it is

The shorter story

No love, no glory

No hero in her sky


I can't take my eyes off of you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes off of you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes...


And so it is

Just like you said it should be

We'll both forget the breeze

Most of the time

And so it is

The colder water

The blower's daughter

The pupil in denial


I can't take my eyes off of you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes off of you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes off you

I can't take my eyes...


Did I say that I loathe you?

Did I say that I want to

Leave it all behind?


I can't take my mind off of you

I can't take my mind off you

I can't take my mind off of you

I can't take my mind off you

I can't take my mind off you

I can't take my mind...

My mind...my mind...

'Til I find somebody new

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007



De repente deu vontade de um abraço.
Uma vontade de entrelaço, de proximidade..
de amizade.sei lá..
Talvez um aconchego que enfatize a vida
e amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.
Deu vontade de poder rever
saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo
e preencha todo espaço,
mas que faça lembrar do carinho,
que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos,
das auras..sei lá..
Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas a dizer.. "estou aqui."
Lembrar do trançar dos braços envolventes e seguros afirmando "estou com você"...
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento ...
sei lá ...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço...abraço...
O que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz no cosmo,
no tempo e no espaço.
Só sei que agora deu vontade desse abraço!!
Que afaste toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração..
Que traduza a amizade,o amor e a emoção.
E para um abraço assim só pude pensar em você....
nessa sua energia, nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
dessa vontade desse abraço.